quarta-feira, 30 de março de 2011

Pra bom entendedor

Buenos Aires, noite. Os namorados, ambos de 30, estão se falando por telefone. Falam das longas férias do chefe dele. Ela lembra dos ambiciosos planos dela para as férias e diz:

- Cuando vayamos a Qatar nos vamos por dos semanas.

O namorado primeiro fica mudo. Depois começa a balbuciar, medroso.

- No, no podemos hablar de eso todavía, no hablemos.

- Por qué?

- Porque yo estoy estudiando, no podría hacer eso por ahora...

- Pero sería en muchos meses, y yo te dije que voy contigo o "sin tigo".

- Vas adónde? De qué hablas?

- De ir a Qatar, a visitar a mi amiga.

- Aaaahhh... entendí "cuando nos vayamos a CASAR!"

Às vezes a paranóia faz que você entenda o que bem entender, né?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Historinhas de mulheres de quase 30 - Deus te crie

Essa também aconteceu comigo. Esses dias coloquei "atchim" no meu perfil do Facebook porque estava gripada e espirrando freneticamente. Quis compartilhar meu sofrimento.


Minha mãe me respondeu "Deus te crie, filha!" - nunca, em (mais de) 30 anos, ela me disse "Deus te crie" ao vivo. Sempre foi "saúde! Gripada de novo? Você precisa comer frutas!". Cheguei a achar que foi por velhice, ela disse que foi pra tirar sarro e porque já tinham escrito "saúde" antes. Sei, sei. Acreditemos nela.


Ao que uma prima da minha mãe arrematou: "Deus te crie não, criada ela já está. É Deus te case, prima!"

domingo, 27 de março de 2011

Invista nos Nerds

Você já botou o Santo Antônio que a sua avó te deu de cabeça pra baixo. Já leu livros de auto-ajuda do tipo "Deixe os Homens aos Seus Pés", já leu todas as dicas da Nova, da Gloss, de blogs. Já botou seu perfil no parperfeito.com. Já foi em blind date com um amigo do primo do namorado da sua colega de trabalho. Já investiu em paquerinha do Facebook. Já procurou antigos amores, aí pensou "figurinha repetida não completa álbum" e foi procurar novos. Já mudou o corte de cabelo, já tingiu, já começou a usar mais maquiagem, depois menos. Já pediu conselhos. Já viajou, já fez cursos, diversificou os interesses. Já foi pra balada, pra bares, pra festa junina de bairro. Já correu atrás, já ignorou. Mas nada adiantou: você continua sem namorado, embora queira muito alguém pra te esperar bufando e com cara de cu enquanto você prova roupas no shopping.

Se você, leitora, esta nesta aflitiva situação, a tia Nadja tem um conselho pra você: invista nos nerds.

Esqueça o estereótipo do magrelo-feioso-dentuço-de óculos que só trabalha, estuda e joga videogame. Assim como os celulares, os carros e os vibradores, os nerds hoje em dia podem ter um design arrojado e prático que não só agrada os olhos mas também facilita o uso, apresentando uma diversidade suficiente para contemplar os mais distintos gostos.

Nerd já não é mais o cara desajeitado que só pensa em números e/ou computadores. Quer dizer, esses ainda existem, mas acho que o termo pode englobar mais tipos de rapazes. Eu definiria como “nerd” os que gostam de estudar, de ler, que se interessam por cultura, que têm algum hobby como história em quadrinhos ou joguinhos de computador, por exemplo. Um cara que prefere ficar vendo documentários da National Geographic ao invés de ir pra balada num sábado à noite entraria na categoria. Deu pra entender?

E por que eu aconselho investir nos nerds? Primeiro porque eles costumam ser mais inteligentes, o que é bom e a gente gosta. Dá pra conversar, pra discutir, pra aprender com eles. Além disso, eles costumam ser mais centrados, mais tranquilos, mais respeitosos, mais confiáveis. O nerd não vai te dar um cano e sair por aí pra pegar mulher. Não vai mentir pra você dizendo que trabalhou até tarde e na verdade foi encher a cara com os amigos depois do trabalho – o nerd até pode ir tomar umas brejas, mas ele vai te contar (mentir pra quê?) e nem vai ficar muito bêbado. O nerd é equilibrado, tem juízo. São boas qualidades pra um namorado, certo?

Eu dividiria os nerds em três categorias: os de humanas, os de exatas e os de biomédicas, dependendo do que eles estudaram e da profissão que eles exercem. Os de humanas são jornalistas, historiadores, publicitários, filósofos, cineastas. Os de exatas são engenheiros, analistas de sistemas. Os de biomédicas são médicos, biólogos e afins.

Se fosse pra indicar alguma categoria de nerd, eu indicaria os de humanas. Eles sabem lidar melhor com sentimentos, com coisas não lógicas; já leram muito, estão bem-informados, sabem muito sobre cultura em geral. Mas na verdade sou a feliz proprietária de um bonito exemplar de nerd de exatas. Os desta categoria são mais práticos, mais pragmáticos, costumo chamá-los de “cabeça de Excel”. Eles podem dar um jeito no seu computador quando você precisar ou te ajudar a fazer os gráficos pra uma apresentação do MBA, mas por outro lado têm uma certa dificuldade em lidar com as emoções e com coisas que desafiam a lógica, como alguns dos chiliques que nós mulheres damos de vez em quando. Os de biomédicas eu admito que não conheço bem, mas segundo minhas acuradas pesquisas eles reúnem características das duas categorias anteriores, o que pode ser muito bom.  Então acho que é mais questão de gosto mesmo, ou de ver qual das categorias se adapta às suas necessidades.

Só cuidado com o grau de nerdice do candidato. Tudo em excesso faz mal, e com a nerdice não é diferente. Se o cara é muito focado em uma coisa só, muito isolado do resto do mundo, ou não possui um mínimo de habilidade de interação com outras pessoas (que o diga com você), não dá pra aguentar. O nerd muito muito nerd só é aconselhável para mocinhas nerds muito muito nerds que tenham exatamente os mesmos interesses que eles, mas não pra média da população feminina de (quase) 30. 

Os nerds são contra-indicados pra quem não procura um namorinho tranquilo mas sim buscam fortes emoções, paixões intensas mesmo que durem minutos; pras que são “mulher de malandro”, pras que dão mais importância pro tanquinho do rapaz que pra cabeça dele, pras que passam horas falando de séries de abdominais e quantas gemas de ovo comer por dia pra desenvolver os músculos.

Tô dizendo, minha gente. Quer um namoradinho bacana? Nerd é o que há. Eles estão por todos os lados, tem pra todos os gostos. Procure o seu!

 



segunda-feira, 21 de março de 2011

Desafio "Um ano sem comprar roupa" - sonhando e acompanhando

Eu estava em um provador experimentando um vestido lindo, todo colorido e que ficava superbem em mim. Eu dançava com o vestido, me olhava no espelho, me sentia maravilhosa mas ao mesmo tempo angustiada porque eu sabia que aquele vestido não poderia ser meu, já que eu estou ficando um ano sem comprar roupa.

Deixei o vestido na loja e fui embora, meio frustrada por não ter comprado o vestido mas feliz por ter resistido bravamente.

Aí eu acordei.

Pois é, andei até sonhando com o desafio de ficar um ano sem comprar roupa! Acho que foi porque naquele dia vi uma moça com um vestido muito legal, colorido também, tanto que o do meu sonho parecia o dela. Pensei "em que loja será que ela comprou?", mas depois pensei "não importa, eu não poderia comprar mesmo..."

Claro que passo vontade às vezes por não querer comprar nada, mas nada insuportável. Vejo roupas que eu gosto por aí e penso como poderia criar um efeito parecido com algo que eu já tenho. Também fuço o fundo do armário pra reviver peças esquecidas e vejo que são muitas, algumas já bem próximas da aposentadoria mas outras em perfeitas condições. E as uso.

Semana passada mandei pra costureira algumas dessas roupas esquecidas ou que precisavam de um jeitinho. Um camisa branca de manga curta, linda, que eu não estava usando porque as mangas tinham rasgado (não posso levantar muito os braços com essa camisa, mas quem precisa levantar os braços, né?); um jeans que trouxe da minha viagem em outubro e que ainda não tinha usado porque não tinha feito a barra; uma saia estampada com o zíper descosturado e uma blusa que ganhei de presente de aniversário de duas amigas e que é linda mas ficava meio comprida.

Depois de uns dias, fui lá pegar as roupas e voilá! Tenho cinco roupas novas sem ter comprado nenhuma, só ressucitando coisas encostadas. Delícia! Já estou separando uma segunda leva, como por exemplo um casaquinho marrom cujos botões se desgastaram e estão pedindo substitutos urgentemente.

Também descobri que não sou a única que está tentando ficar um ano sem comprar roupas. Já imaginava, né, mas não sabia de casos concretos. Pois esses dias vi no twitter da revista Criativa (@criativaonline) uma reportagem sobre uma blogueira que está ficando um ano sem comprar roupa e está contando a experiência em um blog, este aqui. Depois disso, muita gente chegou ao meu blog procurando por "um ano sem comprar roupa" ou algo parecido. Não sei se uma coisa tem a ver com a outra, acho que sim. E nisso eu descobri uma outra moça que também tentou ficar um ano sem comprar e conseguiu, é este blog aqui. E mais outro de uma menina que esta tentando ficar sem comprar nem roupas, nem sapatos e nem acessórios (forte, ela!), este aqui.

Não conhecia nenhum deles quando tive a ideia, minha única inspiração foi meu armário lotado e minha vontade de economizar um pouco. Mas achei ótimo saber que tem mais gente no barco – cada uma com as suas exceções porque ninguém é de ferro, mas firmes no propósito.

Já estou há cinco meses sem comprar roupa. Pois é!! Sou menos feliz por isso? Tive que sair pelada na rua por falta de roupa? Virei uma maltrapilha? Passei calor? Passei frio? Não. Tô viva e medianamente bem-vestida como sempre. Então vamos continuar contando!

quinta-feira, 17 de março de 2011

A balzaca e a bicha

Não sei por quê lembrei de um e-mail hilário que um querido amigo meu mandou há alguns anos, quando morava em Barcelona. Eu já havia publicado em outro blog e agora volto a publicá-lo aqui porque envolve uma balzaquiana muito da fogosa, e de balzacas se trata o blog (embora eu não goste muito do termo!). Divirtam-se!

"Passo pro primeiro tema de todos, meu 2º trabalho. Ele consistia em aparecer em casa de estranhos, oferecendo-lhes descontos estranhos para luz e gás, vindo dessa pessoa que para vocês não é estranha.


Bom, então minha rotina era pegar um trem aos subúrbios de Barcelona e aí convencer os nacionalistas catalães a trocar sua companhia de toda vida por outra recém-comprada por uma alemã. Me abriu portas todo tipo de gente: velhos grosseiros, velhos simpáticos, adolescentes que aproveitavam a ausência dos pais pra fumar maconha, cegos, velhos com buraco na garganta e que falavam como robô, vários marmanjos de 35 anos que gritavam “mããããe, pra você!”, velhos que te mostram fotos de netos, brasileiros que não falavam mais português, africanos que desprendiam peculiar odor, velhos (de novo) que viviam em mutualismo com os fungos e o mais perigoso de todo tipo de gente que te pode abrir a porta ... balzaquianas necessitadas!


Na primeira vez que me deparei com distinta criatura, pude manejar bem a situação e ainda sair ileso. Mas num segundo confronto, tenho de admitir que por pouco não estou aqui frente ao computador para passar a outras gerações o horror a que fui submetido.


- Buenos dias, señora. Que venimos de *** para aplicar los descuentos en el gás y en la luz.


Me abre a porta uma balzaquiana loira, de corpo e cara até consideráveis, e me diz “pasa, pasa”. Ao entrar no apartamento escuro, me fecha a porta e vai até o escritório, também escuro. Então acende um abajur e o aponta por entre suas pernas. Nesse momento, me cai a primeira gota de suor.


"Ay, que no encuentro las cuentas de gás y luz", dizia ela, enquanto lambia os dedos num intuito sexy de passar os papéis que estavam em um fichário.


Eu mantinha o raio de segurança de 3 metros, mas em minha mente tinha a sensação de que ela tinha trancado a porta. A balzaquiana então começa a dizer “nossa, você é muito gato, muito mesmo”, voltava a lamber os dedos e ria. A cada vez que ela dizia isso, eu pensava:


(balão de pensamento): - Vai me violentar, vai me violentar!!!


Já estava em tal situação de pânico que minhas mãos não paravam de transpirar. Eu lhe dizia “não tem problema, passo depois aqui quando você achar as contas”, mas ela respondia “não tenha pressa, já encontro!”. Eu olhava a porta e pensava:


(balão de pensamento): - Foge, viado! E se ela tem uma faca!?


Então é quando, amigos!, chegamos ao ponto de maior terror psicológico. Ela, ainda a lamber seus dedos e a elogiar meu fenótipo, diz:


- ESTÁS ARDIENTE!?

AhhhhhhhhhhhhahhhhahhhhaaaahhahahahahAAAFfFdddsdSSssaAasdSdSdsdFsdsdf


Imaginem o medo que bateu na bicha!!!!!


Me recomponho e tiro proveito da minha situação de estrangeiro:


- Perdón, es que soy brasileño y no entiendo mucho...

- Estás ardiente!?


Com a finalidade de manter minha virgindade heterossexual, tinha de fugir o mais rápido possível. Corro até a porta, vejo que não está trancada e digo “volto em dez minutos”, mas é claro que na verdade nunca mais voltei.


Meus amigos, óbvio, ficaram putos porque isso não acontece com eles (comigo já era a segunda vez) e logo queriam saber onde se alojava LA RUBIA CALIENTE. Eu, muy amigo, tinha anotado o endereço dela pra quem quisesse fechar um contrato com sobremesa e tudo mais. Desde então mantenho uma distância de 4km (mínimo) da zona de contaminação rubia-ativa!


Lição do dia no.1 (pras bibas!): quando Deus põe uma porta na tua frente, não espere que Ele saiba que você gostaria que Ricky Martin estivesse atrás dela..."

E a lição pra gente é: quando partir pro ataque agressivo, pelo menos certifique-se antes de que a vítima gosta da fruta!

domingo, 13 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Historinhas de mulheres de quase 30 - Finalmente

Fazia tempo que a empregada trabalhava na casa da moça de quase 30 mas nunca tinha visto um homem lá pela manhã. E realmente não eram muitos os felizardos que haviam passado pela camsa dela.

Até que um dia a empregada viu um. Era um moção grande, vistoso. Cumprimentou-a com um bom dia sério e foi embora junto com a moça.

Na semana seguinte a moça estava sozinha de novo. A empregada tomou a liberdade de lhe perguntar: você está namorando?

A moça corou. O que dizer? Ainda estava tudo no começo, ela nem sabia bem. "Bom, acho que sim, né? Parece..."

E a empregada, sincera, contente mesmo, sem pestanejar:

- Finalmente, né?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Pular o carnaval


Eu pulei o carnaval como se pula uma linha no caderno: fingindo que ele não existe e seguindo em frente. Até fui ao Brasil mas o mais perto que cheguei do Sambódromo de São Paulo, do Rio ou Salvador foi ver um pedacinho da cobertura dos respectivos carnavais pela TV. Pedacinhos só, porque muito eu não aguento.

No twitter eu pedi pro pessoal me avisar onde estavam os melhores blocos de rua e baladas de Carnaval de São Paulo, pra eu não passar por um deles nem por acaso. Ninguém levou em conta meu pedido mas mesmo assim tive sorte de não me aproximar de nada disso em momento algum.

Não é que eu não goste de Carnaval. Eu não gosto do que ele é agora.

O desfile importa menos que os barracos e brigas durante a apuração pra ver quem é a escola campeã. O batuque da bateria não é nada perto das celebridades internacionais em algum camarote patrocinado por marcas de cerveja. A diversão não é espontânea e saudável mas sim aditivada por doses cavalares de álcool e drogas. O destaque não é quem sambou melhor; é quem caiu, pagou peitinho ou deu algum outro tipo de vexame. Não é a beleza natural da mulher brasileira que se celebra; é o resultado de programas de exercícios que beiram a obsessão, dietas à base de gemas de ovo e esteróides, incontáveis implantes e cirurgias plásticas, tudo reunido em mulheres que mais parecem búfalos de tão infladas, rígidas e musculosas. A farra com os amigos não é brincar e dançar e cantar e sair vestido de mulher usando as roupas da namorada, é beber até não poder mais, enfiar a língua na garganta do maior número de pessoas possível e quem sabe esmurrar estranhos por aí. A riqueza da musica brasileira é opacada por letras e melodias pobres que surgem aparentemente do nada e só servem para proporcionar um fugaz sucesso ao autor/ cantor e grudar na nossa cabeça.  

Não consigo achar muita graça nisso tudo.

Sou a favor da empolgação e da bagunça, sou contra o descontrole total. Sou a favor da farra e da alegria, sou contra usar essas coisas como desculpa para desrespeitar o que ou quem quer que seja. Sou a favor de celebrar uma das coisas mais brasileiras que temos, sou contra desvirtuá-la totalmente, que é o que anda acontecendo. 

Acho que isso é mais gostar de carnaval do que não gostar.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Preguiça

O novo clip da Lady Gaga. O omelete da Dilma. IPad 2. Batom azul. O escândalo de Luana ao ver Dado. Sandy anunciando cerveja. BBB11. Carnaval. Quem botou silicone. Filme da Bruna Surfistinha. O que ta nos trending topics do Twitter. Os jogos do Facebook. O Oscar. Justin Bieber. O casamento do príncipe William. A novela das 8. Esmaltes. Famosa "exibindo a boa forma". Preta Gil dizendo que usa manequim 42. Tendências.

Pra tudo isso eu ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

E você, pra que você ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Cenas dos próximos capítulos

Os afazeres, o tempo e o sono andam impedindo a publicação de posts decentes neste blog (se é que algum dos meus posts é decente). Mas prometo um em breve!

Cenas dos próximos capítulos: um conselho da Tia Nadja pra quem quer arranjar namorado (porque ela arranjou um e acha que pode sair dando conselhos sobre isso, sabe?). Dicas de moda Nadja-style e uma reflexão sobre o mundo atual de hoje em dia no século XXI no momento.

Não percam!