Vendem muitas coisas para nós, mulheres. Vendem milhões de brincos e colares e anéis e pulseiras. Apetrechos para a casa, enfeites de todo tipo, mimos mil. Incontáveis tonalidades e tipos de sombras, batons, blushes, esmaltes. Lingeries pra sustentar, pra segurar, pra esconder, pra mostrar, pra seduzir. Vendem dietas, remédios, livros, promessas. A lista de produtos e tipos e variações só faz crescer.
Mas tem uma coisa que não vendem. Que não dá pra vender, não tem como. Mas se pudesse, se desse, ah, que sucesso seria. Recorde total de vendas de todos os tempos em todo o universo. Vendas incessantes, pelo preço que fosse, pela internet, nas lojas, com as mais distintas embalagens, tamanhos e cores. É algo de que todas nós precisamos, e muito, e cada vez mais na vida.
Esse produto seria a paciência. Uma loja de paciência, imaginem? Paciência em lata, em spray, em sachê. Paciência de efeito imediato, de efeito prolongado. Pílulas de paciência. Pomada, pó, chá de paciência. De comer, de beber, de passar no cabelo. Nos shoppings, nas padarias, na internet. Kombis anunciando paciências fresquinhas pelas ruas.
Imaginem se desse pra vender, se fosse assim fácil obter paciência? Seria a solução pra todos os nossos problemas. Ou quase. Talvez o mundo fosse um lugar melhor, mais pacífico. Ou não, mas nós teríamos mais paciência com ele. E com a vida, e com a gente mesmo, com as pessoas.
Mas não. Então só nos resta tirar a paciência não se sabe de onde pra viver...
terça-feira, 11 de março de 2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Quero, mas não preciso. Não compro!
Eu sempre curti maquiagem. E tenho um aparato que faz jus a esse gosto: são pelo menos uns 40 tons de sombras, vários batons, pinceis, lápis de olho de tudo quanto é cor, um monte de rímel, enfim, coisas mais do que suficientes para me maquiar, me embonecar, me emperiquitar.
Ultimamente não tenho tido muitas oportunidades de usar minhas preciosidades cosméticas. Trabalho em casa, passo dias sem sair. Quase não saio mais à noite e as festas e casamentos têm sido raros. Esses dias até passei um pouco de uma sombra linda verde num olho e na mão antes do banho e suspirei de saudade, pra vocês verem como a coisa tá feia.
Maquiagem básica para o dia-a-dia |
Com a quantidade de coisas que eu tenho e a frequência com que eu as uso, se deduz que eu não preciso de nada. Mas na minha última viagem internacional comprei vários itens maquiagenzísticos, incluindo uma paleta de sombras Naked 2 da Urban Decay. Para as não iniciadas, explico: isso é um estojo com 12 tons de sombras, de uma marca badalada, muito recomendado por blogueiras e afins.
Não me arrependi da compra: as sombras são ótimas mesmo, paguei menos da metade do que custa no Brasil e até que tenho usado bastante.
Vejam só que belezura |
Não me arrependi da compra: as sombras são ótimas mesmo, paguei menos da metade do que custa no Brasil e até que tenho usado bastante.
Só que aí, logo depois que eu voltei da viagem, a tal da Urban Decay foi lá e lançou a Naked 3. Com outros 12 tons puxando pro lado do rosa, coisa bonita de se ver.
Vi em vários sites e blogs, analisei, pensei, babei e, como minha irmã iria viajar também, logo me animei com a possibilidade de pedir pra ela trazer esta coisa fofa pra mim.
Até que a data da viagem da minha irmã chegou. E eu não pedi pra ela. Pensei que o dinheiro, por mais que não seja tanto assim, é dinheiro. Dinheiro esse que quero - e preciso - usar pra outras coisas. De 50 em 50 a grana voa e você não sabe onde ela foi parar. E não, eu não preciso da paleta Naked 3 da Urban Decay, por mais bonita que ela seja. Nem de nenhuma outra no momento. Admito que não preciso nem de muitas das tantas sombras que eu já tenho. Não, obrigada, deixa pra próxima.
Que bom seria pros nossos bolsos, pros nossos armários e pra nossa cabeça se sempre pensássemos assim, né? Não, não precisamos do décimo sapato preto. É, tava em oferta, mas você nunca vai usar, então não vale a pena. Não, você não precisa do quinto casacão de inverno, menos ainda se você mora em Maceió. Não, você não precisa do rímel que a blogueira indicou, você já tem cinco.
Só não seria bom pras indústrias que lucram em cima da gente, mas aí é problema delas, né?
Ai, gente, aí já é demais |
Até que a data da viagem da minha irmã chegou. E eu não pedi pra ela. Pensei que o dinheiro, por mais que não seja tanto assim, é dinheiro. Dinheiro esse que quero - e preciso - usar pra outras coisas. De 50 em 50 a grana voa e você não sabe onde ela foi parar. E não, eu não preciso da paleta Naked 3 da Urban Decay, por mais bonita que ela seja. Nem de nenhuma outra no momento. Admito que não preciso nem de muitas das tantas sombras que eu já tenho. Não, obrigada, deixa pra próxima.
Que bom seria pros nossos bolsos, pros nossos armários e pra nossa cabeça se sempre pensássemos assim, né? Não, não precisamos do décimo sapato preto. É, tava em oferta, mas você nunca vai usar, então não vale a pena. Não, você não precisa do quinto casacão de inverno, menos ainda se você mora em Maceió. Não, você não precisa do rímel que a blogueira indicou, você já tem cinco.
Só não seria bom pras indústrias que lucram em cima da gente, mas aí é problema delas, né?
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Ninguém vai viver a sua vida por você
A gente deveria ser e ter um monte de coisas, segundo a sociedade, a sua mãe, a mídia, a sua avó, os seus amigos. Os outros, reparem só. Sempre há a sombra do que temos que, do que deveríamos, do que se espera de nós a essa altura da vida. As cobranças. Ainda não tem filhos? Não comprou sua casa própria? E a carreira, como anda? E o corpo? E o casamento, quando sai? E o mestrado?
Toda essa pressão acaba influenciando nas nossas decisões. E na crise dos 30, pra quem a teve. Pra algumas pessoas mais, pra outras, menos. Ás vezes, por causa do "ter que", acabamos fazendo coisas que não necessariamente gostaríamos de fazer, ou que não nos fazem felizes.
Claro que a vida não é só fazer o que a gente gostaria, mas o que todo mundo quer no fim das contas é ficar bem e ser feliz, né?
Só que ninguém vai sofrer as consequências das suas escolhas, só você. Você pode ceder a todas as pressões, fazer das tripas coração pra atender todas as expectativas, mas a vida que vai ser afetada não é a da sua mãe, a da tal "sociedade", a de ninguém, só a sua. Você pode deixar todo mundo contente, mas se você não estiver, o problema é seu e só seu. Se ter filhos não era o que você mais queria, mas tem que ter, todo mundo tem, e agora você tá aí criando o pimpolho igual ao seu nariz e cheia de frustração, o problema é seu - e do pobrezinho. Se você se casou porque estava com quase 30 e é isso que se espera, e agora tá num casamento de merda, quem vai ter que olhar pra cara do marido de merda todo santo dia não é ninguém da mídia e nem a sua avó, é você. Se você está fechada num escritório e ganhando bem, mas olhando pela janela e pensando que seria maravilhoso passar um ano viajando, a frustração é sua e de mais ninguém.
Se você tem uma boa cabeça, um pouco de juízo e um certo grau de sensatez, viva como acha que tem que viver. Escute conselhos de quem te ama mas faça o que bem entender com eles. Não se guie por ninguém. Pense em você em primeiro. Ninguém vai viver a sua vida por você.
Claro que a vida não é só fazer o que a gente gostaria, mas o que todo mundo quer no fim das contas é ficar bem e ser feliz, né?
Só que ninguém vai sofrer as consequências das suas escolhas, só você. Você pode ceder a todas as pressões, fazer das tripas coração pra atender todas as expectativas, mas a vida que vai ser afetada não é a da sua mãe, a da tal "sociedade", a de ninguém, só a sua. Você pode deixar todo mundo contente, mas se você não estiver, o problema é seu e só seu. Se ter filhos não era o que você mais queria, mas tem que ter, todo mundo tem, e agora você tá aí criando o pimpolho igual ao seu nariz e cheia de frustração, o problema é seu - e do pobrezinho. Se você se casou porque estava com quase 30 e é isso que se espera, e agora tá num casamento de merda, quem vai ter que olhar pra cara do marido de merda todo santo dia não é ninguém da mídia e nem a sua avó, é você. Se você está fechada num escritório e ganhando bem, mas olhando pela janela e pensando que seria maravilhoso passar um ano viajando, a frustração é sua e de mais ninguém.
Se você tem uma boa cabeça, um pouco de juízo e um certo grau de sensatez, viva como acha que tem que viver. Escute conselhos de quem te ama mas faça o que bem entender com eles. Não se guie por ninguém. Pense em você em primeiro. Ninguém vai viver a sua vida por você.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Nossos próprios paparazzi
Antigamente: sentia uma dorzinha na garganta. Puxa, que droga. A dor piorava. Ia ao médico. Ficava uns dias mal, faltava no trabalho um dia, dava uma choramingada pra mãe e/ou namorado(a). Tomava mel com propólis, fazia uns gargarejos, melhorava, passava, a vida seguia.
Atualmente: sente uma dorzinha na garganta. Posta no Facebook e no Twitter: "garganta doendo, acho que vou ficar doente. #quebosta #sick". Posta no Instagram uma foto da caixinha de mel com própolis com a mesma legenda. Vai ao médico, dá check-in da clínica no Foursquare, não responde quando 3 ou 4 amigos dos 673 do Facebook perguntam o que houve. Fica uns dias mal, postando cerca de cinco status por dia do tipo: "Piorei mesmo. Tá foda. #garganta #sick", ou "Preciso ficar quietinho. Não posso falar, minha garganta dói muitoooo #dor #sick". Posta selfies no Instagram na cama, deitado com olheiras, ou dos pés com a TV ligada ao fundo (e a legenda #demolho"). Falta no trabalho mas ainda responde os emails. Choraminga pra mãe, pro(a) namorado(a) e novamente no Facebook, no Twitter, no Instagram, se bobear no Pinterest e no Tumblr. Melhora, passou a vida segue - não sem antes atualizar o status dizendo "Melhorei, galera, vlw." e outro selfie, deste vez sorridente.
E é assim com tudo: viajar, ter filhos, ir ao parque, fazer ginástica, comer uma macarronada na casa da vó. Somos nossos próprios paparazzi - uns mais, outros menos - em uma exibição vazia de fatos banais da nossa vida.
É uma delícia compartilhar as coisas legais com quem a gente gosta. Eu gosto de pôr uma ou outra foto no Facebook se estou em um lugar bonito, por exemplo. Não pra mostrar "olha, eu tô aqui e vocês não", mas pra que outros possam ter acesso à mesma beleza que eu. Também é gostoso fazer rir, se divertir com o que o outro publicou, dividir opiniões, experiências, ver como o filho da amiga tá lindo, ter discussões saudáveis. É gostoso saber da vida de quem interessa pra gente, mesmo o contato direto sendo escasso. Não é?
Só que está faltando o pensar antes de publicar. Refletir um pouco. O que isso que eu vou publicar vai acrescentar na vida de quem vai ver? Por que eu quero mostrar o que estou mostrando, porque é legal ou porque eu quero me mostrar, provar alguma coisa pra alguém? Essa foto do meu almoço tem mesmo alguma coisa de diferente que faça a sua publicação valer a pena? Será que alguém está mesmo interessado no avanço detalhado da minha dor de garganta ou no pé peludo do meu namorado?
Não precisa nem pensar muito, fazer lista de prós e contras, nada disso. É coisa rápida e não dói. A vida "internética" de todo mundo melhoraria bem.
Atualmente: sente uma dorzinha na garganta. Posta no Facebook e no Twitter: "garganta doendo, acho que vou ficar doente. #quebosta #sick". Posta no Instagram uma foto da caixinha de mel com própolis com a mesma legenda. Vai ao médico, dá check-in da clínica no Foursquare, não responde quando 3 ou 4 amigos dos 673 do Facebook perguntam o que houve. Fica uns dias mal, postando cerca de cinco status por dia do tipo: "Piorei mesmo. Tá foda. #garganta #sick", ou "Preciso ficar quietinho. Não posso falar, minha garganta dói muitoooo #dor #sick". Posta selfies no Instagram na cama, deitado com olheiras, ou dos pés com a TV ligada ao fundo (e a legenda #demolho"). Falta no trabalho mas ainda responde os emails. Choraminga pra mãe, pro(a) namorado(a) e novamente no Facebook, no Twitter, no Instagram, se bobear no Pinterest e no Tumblr. Melhora, passou a vida segue - não sem antes atualizar o status dizendo "Melhorei, galera, vlw." e outro selfie, deste vez sorridente.
E é assim com tudo: viajar, ter filhos, ir ao parque, fazer ginástica, comer uma macarronada na casa da vó. Somos nossos próprios paparazzi - uns mais, outros menos - em uma exibição vazia de fatos banais da nossa vida.
É uma delícia compartilhar as coisas legais com quem a gente gosta. Eu gosto de pôr uma ou outra foto no Facebook se estou em um lugar bonito, por exemplo. Não pra mostrar "olha, eu tô aqui e vocês não", mas pra que outros possam ter acesso à mesma beleza que eu. Também é gostoso fazer rir, se divertir com o que o outro publicou, dividir opiniões, experiências, ver como o filho da amiga tá lindo, ter discussões saudáveis. É gostoso saber da vida de quem interessa pra gente, mesmo o contato direto sendo escasso. Não é?
Só que está faltando o pensar antes de publicar. Refletir um pouco. O que isso que eu vou publicar vai acrescentar na vida de quem vai ver? Por que eu quero mostrar o que estou mostrando, porque é legal ou porque eu quero me mostrar, provar alguma coisa pra alguém? Essa foto do meu almoço tem mesmo alguma coisa de diferente que faça a sua publicação valer a pena? Será que alguém está mesmo interessado no avanço detalhado da minha dor de garganta ou no pé peludo do meu namorado?
Não precisa nem pensar muito, fazer lista de prós e contras, nada disso. É coisa rápida e não dói. A vida "internética" de todo mundo melhoraria bem.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Não é liberação, é desespero
Na festa do réveillon, entre brindes e música e alegria, observei uma coisa que me deixou intrigada.
Fazia tempo que eu não ia a uma balada. A festa não era exatamente uma balada, mas quase. Tinha música punts-punts, gente bêbada dançando e casais suados se beijando como se não houvesse amanhã. Talvez eu tenha perdido o costume com esse tipo de ambiente, talvez as coisas tenham mudado mesmo. O que eu observei é o seguinte: tem muita mulher no maior desespero.
Éramos duas mulheres e dois casais. Ou seja, quatro mulheres e dois homens. Tudo família. E os homens, minha gente, mesmo não tendo se afastado mais de alguns metros de suas respectivas esposas em nenhum momento, foram assediados. Mais de uma vez. Mais de duas. Descaradamente. De convite pra dançar até rebolada sem-vergonha e óbvia na frente deles. Nós, mulheres - nenhuma de se jogar fora, diga-se de passagem - não fomos sequer olhadas, muito menos paqueradas. O que foi ótimo, estou dizendo isso apenas pra mostrar o contraste na situação.
Eu defendo a liberdade da mulher pra fazer o que bem entender com a sua vida e com a sua perseguida. Mas gente, dar em cima de homem acompanhado? Ok, o álcool deve ter interferido, mas precisa? A coisa tá nesse nível mesmo, muitas mulheres se igualando aos mais nojentos dos homens? Ou foi só impressão?
Isso pra mim não é liberação, não é diversão, não é elogiável. É desespero. Dá dó.
Fazia tempo que eu não ia a uma balada. A festa não era exatamente uma balada, mas quase. Tinha música punts-punts, gente bêbada dançando e casais suados se beijando como se não houvesse amanhã. Talvez eu tenha perdido o costume com esse tipo de ambiente, talvez as coisas tenham mudado mesmo. O que eu observei é o seguinte: tem muita mulher no maior desespero.
Éramos duas mulheres e dois casais. Ou seja, quatro mulheres e dois homens. Tudo família. E os homens, minha gente, mesmo não tendo se afastado mais de alguns metros de suas respectivas esposas em nenhum momento, foram assediados. Mais de uma vez. Mais de duas. Descaradamente. De convite pra dançar até rebolada sem-vergonha e óbvia na frente deles. Nós, mulheres - nenhuma de se jogar fora, diga-se de passagem - não fomos sequer olhadas, muito menos paqueradas. O que foi ótimo, estou dizendo isso apenas pra mostrar o contraste na situação.
Eu defendo a liberdade da mulher pra fazer o que bem entender com a sua vida e com a sua perseguida. Mas gente, dar em cima de homem acompanhado? Ok, o álcool deve ter interferido, mas precisa? A coisa tá nesse nível mesmo, muitas mulheres se igualando aos mais nojentos dos homens? Ou foi só impressão?
Isso pra mim não é liberação, não é diversão, não é elogiável. É desespero. Dá dó.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
O que passou
A pessoa fica três imensos meses sem postar no blog e resolve fazer isso agora, quando tá todo mundo viajando, comemorando, bebendo, enfim, fazendo coisas melhores que ler um blog semi-abandonado. Mas vamos lá.
2013 entra na reta final e já não era sem tempo. Foi um aninho um pouco besta. Não foi "nossa, que horror" mas também não foi "nossa, que maravilhoso". Não dá pra achar ruim um ano em que você finalmente conheceu Nova York. Mas acho que foi um período de transição: voltei ao meu país, estou com um trabalho que considero temporário, tenho que pensar nos passos a seguir. E é aqui que tá o problema, minha gente: não sei se eu caso ou se compro uma bicicleta. Quer dizer, casar - na verdade juntar os trapinhos informalmente - está nos planos. Não dá pra ficar um num país e outro, no outro. A bicicleta nem seria o problema também. A questão é o que eu quero, e eu quero um monte de coisa.
Não sei se estou me adaptando ao Brasil de novo. Uma das razões pra eu ter voltado foi estar cansada de ser estrangeira, mas - surpresa! - também não tô sentindo que encaixo aqui. O jeito de levar a vida, as prioridades, as coisas às quais estamos sujeitos vivendo no Brasil. O que tá me pegando de verdade é a violência, o trânsito paulistano, o preço que a gente paga por tudo pra levar a vida que dá pra levar - que não é exatamente a que eu gostaria de levar se eu pudesse escolher. E eu posso. Então sei lá.
Gente que morou fora e voltou tinha me alertado pra isso, e é verdade: os amigos continuaram a vida deles sem você, e a ficha de que você voltou parece que não cai. Todo mundo tem trabalho, filhos, mestrado, cansaço. Dez anos fora não são dez dias. Dez anos de "de vez em quando" não vão virar "toda semana". Fora que em São Paulo parece que ninguém se vê com frequência, a não ser que more perto, trabalhe junto, trabalhe perto. Poucas pessoas me escreveram pra saber como eu tô, me ligaram, me chamaram pra um aniversário ou pra um bar. Redes sociais demais e bares de menos. Culpa minha também, que me isolei um pouco num condomínio no interior. Sei lá, foi um período meio introvertido mesmo, e isso é estranho pra mim porque sempre fui extrovertida até demais. Fases da vida. Espero que passe logo.
Minha palavra pra 2014 é "rumo". Quero um rumo. Uma coisa que me empolgue, que me excite, que faça meus olhos brilharem - junto ao meu amor. Um trabalho, um projeto, uma outra mudança de país, quem sabe. O rumo certo.
Feliz Natal e um 2014 no rumo certo para vocês.
2013 entra na reta final e já não era sem tempo. Foi um aninho um pouco besta. Não foi "nossa, que horror" mas também não foi "nossa, que maravilhoso". Não dá pra achar ruim um ano em que você finalmente conheceu Nova York. Mas acho que foi um período de transição: voltei ao meu país, estou com um trabalho que considero temporário, tenho que pensar nos passos a seguir. E é aqui que tá o problema, minha gente: não sei se eu caso ou se compro uma bicicleta. Quer dizer, casar - na verdade juntar os trapinhos informalmente - está nos planos. Não dá pra ficar um num país e outro, no outro. A bicicleta nem seria o problema também. A questão é o que eu quero, e eu quero um monte de coisa.
Não sei se estou me adaptando ao Brasil de novo. Uma das razões pra eu ter voltado foi estar cansada de ser estrangeira, mas - surpresa! - também não tô sentindo que encaixo aqui. O jeito de levar a vida, as prioridades, as coisas às quais estamos sujeitos vivendo no Brasil. O que tá me pegando de verdade é a violência, o trânsito paulistano, o preço que a gente paga por tudo pra levar a vida que dá pra levar - que não é exatamente a que eu gostaria de levar se eu pudesse escolher. E eu posso. Então sei lá.
Gente que morou fora e voltou tinha me alertado pra isso, e é verdade: os amigos continuaram a vida deles sem você, e a ficha de que você voltou parece que não cai. Todo mundo tem trabalho, filhos, mestrado, cansaço. Dez anos fora não são dez dias. Dez anos de "de vez em quando" não vão virar "toda semana". Fora que em São Paulo parece que ninguém se vê com frequência, a não ser que more perto, trabalhe junto, trabalhe perto. Poucas pessoas me escreveram pra saber como eu tô, me ligaram, me chamaram pra um aniversário ou pra um bar. Redes sociais demais e bares de menos. Culpa minha também, que me isolei um pouco num condomínio no interior. Sei lá, foi um período meio introvertido mesmo, e isso é estranho pra mim porque sempre fui extrovertida até demais. Fases da vida. Espero que passe logo.
Minha palavra pra 2014 é "rumo". Quero um rumo. Uma coisa que me empolgue, que me excite, que faça meus olhos brilharem - junto ao meu amor. Um trabalho, um projeto, uma outra mudança de país, quem sabe. O rumo certo.
Feliz Natal e um 2014 no rumo certo para vocês.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
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