segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Da série "conversas incríveis pelo MSN" - Nostalgia

Aos quase 30, ás vezes bate aquela nostalgia na gente. Lembramos do passado e ficamos melancólicas, por coisas tristes que aconteceram, ou damos risada, porque o que na época era legal ou fez sucesso agora pode ser bem ridículo.

Aos quase 30, você também já fez um monte de amigos. Alguns que se perderam na vida e no tempo, outros que estão lá, firmes e fortes, ainda que longe, ainda que por internet. Se estes amigos são hilários, melhor ainda.

Junte as duas coisas, um MSN e dá nisso aqui:

Marcel says:
que saudade de quando as bandas eram boas como o Locomia

Nadja G. says:
né? E dançavam com leques

Marcel says:
puta performance!

Nadja G. says:
isso sim é arte

Marcel says:
claro!! não é facil manusear leques

Nadja G. says:
cara, exige muita concentração e habilidade

Marcel says:
além disso, cantar com tamanha afinação e leveza nas coreografias....

Nadja G. says:
e com um repertório tão amplo

Marcel says:
locomia quetchebarico quer bo parabo pa tchun tchun
loooo
cooooooooo
mia

Nadja G. says:
gente, em que idioma era cantado locomia???

Marcel says:
locomianês

Nadja G. says:
hahahhaha

Marcel says:
vc aprende isso nas aulas de como dar a bunda
é um módulo

Nadja G. says:
hahahahahahaha
o outro módulo é cálculo de ombreiras

Marcel says:
sim
tem tb o ccbd
esse é em dois semestres
ccbdI e ccbdII
como conhecer uma bicha a distância

Nadja G. says:
hahahha
tá sabendo, hein? Fez o curso, é?

Marcel says:
é para ampliar o círculo de amigos
dou aula
DOU

Nadja G. says:
Melhor ampliar o círculo de amigos que o círculo dos amigos. Ok, essa foi péssima.

O Buquê

Acabo de voltar de um casamento.

Pela primeira vez na vida eu peguei o buquê jogado pela noiva.

Eu não boto muita fé nessas tradições e nem pretendo casar. Não tão cedo, pelo menos, e nem sei se com o meu namorado.

Mas eu tenho quase 30 (29 daqui 10 dias) e o tema é inevitável. Passa pela nossas cabeças, tanto dizendo "sim" como "não". E ainda por cima eu peguei o buquê.

Ai ai ai...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Paulistana

Metrô. Eles entram no trem lotado. As duas meninas resolvem esperar pelo próximo e voltam para trás da linha amarela. Um deles, antes que a porta feche:

- Moça! Ô moça! Esses zóio verde é original?

A moreninha dona dos olhos verdes fica toda faceira e, com um charme tímido, diz que sim balançando a cabeça.

- Qué dizê que si nóis fizé um moleque ele sai com esses zóio verde assim?

A porta fecha. Elas riem. Ele, pro amigo:

- É ruim que esses zóio verde é original, hein?

sábado, 17 de outubro de 2009

Da Arte de Procastinar

Neste exato momento eu deveria estar arrumando as malas porque amanhã vou viajar. Mas é parte da minha natureza, enquanto ser humano A NÍVEL DE pessoa inserida no contexto social-econômico geopolítico atual, enrolar até onde puder. Eu sempre deixo pra fazer as coisas aos 44 do segundo tempo, é impressionante. Por mais que tente fazer antes, me adiantar, fazer com tranqüilidade, parece que eu só funciono no limite de tempo.

Meu consolo é que parece que boa parte da humanidade também. Shoppings lotadíssimos poucos dias antes do Natal, mais da metade dos brasileiros declarando o imposto de renda só uns dias antes do fim do prazo, aquela consulta médica que você deveria marcar e nunca marca, e assim vai.

Isso é o que eu chamo de "a arte de procrastinar". Procrastinar, pra quem não conhece a palavrinha, é adiar, enrolar, deixar para depois. Cheque no Aurélio.

A procrastinação tem diversos aliados. São objetos, atos, fatores que auxiliam e que têm um papel fundamental na enrolação.

Um deles, que aliás eu estou usando agora mesmo, é o computador. Não sei se esse seria o principal, mas seguramente é um dos mais usados meios de fazer qualquer coisa, menos o que você tem de fazer. O computador oferece infinitas possibilidades pra enrolar. MSN e programas do gênero, por exemplo. As redes sociais, facebooks e orkuts da vida. Blogs, fotologs. Youtube. Twitter. Sites engraçados, checar os emails, escrever emails que poderiam muito bem ser escritos em outro momento...as possibilidades de enrolação eletrônica são infinitas. E a lista só aumenta. Aliás, acho que grande parte do sucesso de todas essas coisas vem do fato de que o povo usa tudo isso pra se distrair e procrastinar, adiando o momento de fazer coisas muito mais importantes que deveria estar fazendo ao invés de ficar vendo as fotos do ex com a baranga da atual de férias em Itanhaém ou ver no Twitter o que os seus seguidores almoçaram.

Situação típica de procrastinação: você tem de fazer um trabalho pro mestrado. Dez páginas, para a manhã do dia seguinte. Mas prefere ficar "chateando" com seus amigos sobre coisas de suma importância, em diálogos do tipo:

- Oi
- Oi, tb bem?
- Bem. To fodida. tenho um trabalho pra amanha mas eh muuuuito chato.
- Foda...
- E vc?
- Tudo bem. Tava comendo miojo.

E por aí vai.

Outros meio de procrastinação são as necessidades básicas do ser humano. Comer, beber, urinar, defecar e dormir. Por exemplo: é sábado. Você ralou a semana inteira e tudo o que mais queria era ficar sem fazer nada. Mas o dever te chama. O maldito mestrado, digamos. Você pega o livro que tem de ler pra fazer o trabalho, lê duas páginas e bate aquela súbita e inadiável vontade de mijar. Você levanta e vai no banheiro. Mas você não mija e volta a ler. Quando a gente está enrolando, fazemos tudo mais devagar. Então você levanta, vai ao banheiro, mija, fica sentada na privada pensando na vida (caso você pertença ao sexo feminino. Acho que o masculino fica divagando em pé, mesmo), se limpa com o maior cuidado do mundo e na menor velocidade possível. Levanta, lava a mão beeem lentamente enquanto se olha no espelho. Acaba de lavar a mão mas não sai da frente da pia: fica se analisando no espelho. Nenhuma oportunidade de se analisar em frente o espelho é tão boa quanto essa, quando você está enrolando. Por que eu nasci com essa cara, e não com a da Ana Paula Arósio? Por que eu sou eu, e não outra pessoa? Por que meu olho esquerdo é maior que o direito? Meu Deus, como eu sou feia. Ah, não tanto, vai. Nossa, vai me nascer uma espinha no queixo. Merda.

Comer. Você não está com fome. Nem com sono, nem nada. Está tudo quieto, não está calor nem frio, a umidade relativa do ar é perfeita pra você sentar a bunda na cadeira e fazer o que tem de ser feito. Você senta. Aí lembra que tem um pacote de Bono de morango novinho no armário e...adeus, concentração. Você TEM de comer. Nunca sentiu necessidade maior de comer na vida.

E as sonecas que você tira durante a enrolação? "Só quinze minutos". Você se estabelece horários para a soneca. São sempre bizarros: por exemplo, você olha no relógio e ele marca 3h42. "Bom, vou dormir só até as 4h02". Veja bem, não é até as 4, é até as 4h02. Dois longos minutos extras de sono, ou melhor, de fechar os olhos e pensar em outras coisas que não o que você deveria estar fazendo.

Um outro aliado da enrolação é o telefone. Mas eu associo o telefone a algo mais adolescente. Aos quase 30, eu não ligo mais pras minhas amigas pra enrolar. Pra isso está o computador. Mas é questão de gosto; minha irmã até uns 20 e muitos passava horas ao telefone com as amigas dela falando nada, mostrando músicas, comentando da roupa da Jú na balada.

Animais domésticos também ajudam muito na arte de procrastinar. Você tem de escrever aquele trabalho, mas lembra que tem de escovar seu gato persa. Urgentemente. Ele morrerá se você não o escovar agora. Ou lembra que você ainda não dançou com o cachorro hoje. É uma necessidade dançar com seus animais todos os dias. E lá vai você brincar com seus animais e adiar mais um pouco o que você TEM de fazer.

E no trabalho, então? Além do computador, item já citado e básico em qualquer escritório moderno, você conta com a máquina do café ou o filtro de água, onde você sempre encontra alguém pra bater aquele papo amigo, botar as fofocas em dia. Sair pra fumar também é um subterfúgio bastante usado para a procrastinação, mas infelizmente está restringido aos fumantes, parcela cada vez mais marginalizada da população. Também tem aqueles minutinhos a mais na hora do almoço, ou toda a atividade que se faz depois de voltar dela, como escovar os dentes, sentar, checar os emails que chegaram... o tempo que você leva pra fazer tudo isso é proporcional ao quanto você quer (ou pode) procrastinar.

É, realmente a procrastinação dá pano pra manga. Fatores, razões, meios. Já li uma reportagem bacana naquela revista Vida Simples sobre tão nobre arte. Fica aí a dica pra quem quiser se aprofundar no tema... ou simplesmente quer procrastinar um pouco antes de fazer uma planilha chata de excel pra entregar pro chefe!

sábado, 10 de outubro de 2009

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Ás vezes, quando eu falo a minha idade, as pessoas falam "nossa, você tem a pele ótima". Acho estranho, quase divertido. Não é nem pelo elogio em si, é pela fina ironia não intencional. Eu entendo a frase como "é, realmente você já não é mais nenhuma pequerrucha mas pelo menos ainda não tem rugas, como algumas da sua idade." Eu sempre vejo na entrelinha um "mas apesar dessa sua idade" entre o "nossa" e o "você tem a pele ótima".

Quando você é adolescente, ninguém fala "nossa, você tem a pele ótima" quando você diz quantos anos tem. Isso porque adolescentes também podem ter uma pele péssima, não pelas rugas mas pelas espinhas. Quando você tem 20 anos, a sua pele também não costuma receber elogios.

Já aos 20 e muitos... os efeitos do sol começam a aparecer. As rugas de expressão fazem seus primeiros esboços. Realmente algumas moçoilas parecem mais velhas por causa da pele. As que ainda não sofrem com isso já são notadas - e elogiadas.

É... a gente sabe que está ficando velha quando as pessoas falam que a nossa pele (ainda) é boa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Sempre quis ter essa idade"

A frase acima foi proferida por uma famosa de quase 30: Deborah Secco.

A afirmação estava numa dessas materinhas babaquinhas do Ego no site da Globo, cujo título era "Deborah Secco em contagem regressiva para os 30" e o título deste post. Depois dizia "atriz posa de biquíni para revista" e duas fotinhos dela com toda a sua magrelitude, pechugas de silicone, cabelos esvoaçantes de ventilador de estúdio e sua cara de... Deborah Secco.

Obviamente a matéria continha a palavra "balzaquiana". Ai, que preguiça de "balzaquiana". E falava que as poses eram pra revista Boa Forma. Ai, que preguiça da revista Boa Forma. Bom, na verdade também morro de preguiça da Deborah Secco, mas achei curioso ela dizer que sempre quis ter 30.

Ela diz ainda que "é a melhor fase da mulher, a beleza se junta à maturidade". Jura? A beleza até pode ser. Olho pras minhas fotos de 10 ou 15 anos atrás e penso "é, realmente tô melhorzinha". Vejo minhas amigas que conheço há tempos e a grande maioria realmente tá mais ajeitadinha. Mas a maturidade... acho que vou ficar devendo. Ou não. O que é ser madura afinal, Deborah Secco?

Eu não sei se quis ter trinta. Na verdade acho que nunca quis ter idade alguma. Não era como a minha prima e a minha irmã, que não viam a hora de fazer 18 e sair dirigindo seus Chevrolet por aí. Não imaginava como estaria a minha vida aos 30. Era tão longínquo. Que eu me lembre, achava que já seria toda uma adulta, casada e com filhos, fazendo minha carreira. Acho que eu pensava que seria igual à minha mãe, que aos 30 era assim. Era a minha referência.

Mas tamos aí. Não sei se sou "toda" uma adulta, mas já comprei uma geladeira, moro sozinha em outro país, tomo minhas decisões - ás vezes seguindo conselhos, ás vezes não -, o barulho do meu salto ecoa pela casa quando eu chego do trabalho. Era esse barulho que eu associava com a minha mãe, o salto chegando de mais um dia de labuta. Era barulho de adulta. Ainda sou mais filha que qualquer outra coisa, ainda não sou 100% independente financeiramente, ainda estou a caminho, mas tamos aí.

Com quase 30, que nem a Deborah Secco.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Melhor Está por Vir?

Sexta mandei um e-mail de parabéns pra minha prima. Perguntei se ela estava fazendo 31 mesmo, não lembrava bem. Ela confirmou e disse: "ééé, 31 primaveras... parece ontem que eu só queria fazer 18!! Mas cada ano que passa parece que a vida fica mais legal. Só não vou mais dizer isso quando chegar a artrite, a artrose, a pressão alta, a dor nas costas, os 10 comprimidos pra tomar de manhã, 5 à tarde e 3 de noite... hahaha"

"Cada ano que passa parece que a vida fica mais legal". Essa parte ficou martelando na minha cabeça. Será mesmo? Acho que vou perguntar pra ela "por que você acha isso?" Não que eu não ache, sou e sempre fui alegre e otimista, mas minha cabecinha anda maquinando sobre a perspectiva dos 30 - e a de muita gente também, tanto que daí que veio a idéia deste blog.

Hoje coloquei no Facebook "começa o último mês dos meus 28 anos". Ao que uma ex-colega de trabalho, dessas bem colegas e não amigas mesmo, respondeu "aproveite que o que vem é ainda melhor!" Jura? Não tem motivo pra crises, encanações e afins então?

Bom saber.


sábado, 3 de outubro de 2009

Você Se Lembra?

Esses dias me passaram um blog muito legalzinho, que na verdade não sei se chama Você Se Lembra ou As Melhores Lembranças dos Anos 80 e 90, mas que é esse aqui.

É pra passar horas vendo e dizendo frases como "Nooooossa, eu tinha o Kit Frit!!", "Meeeeu, cigarrinho de chocolate da Paaan!", "Caralho, Cremogema!", "Puuuuts, eu amaaava o Mario 3!", "pooorra, eu dançava essa música das Paquitas com a minha prima!" e assim vai.

Uma delícia! Adorei, fiquei um tempão relembrando, cavucando a memória, abrindo os sarcófagos e dando risada. Só não aconselho para mulheres na TPM, porque pode causar choros de nostalgia ou crise de "tô ficando véia...". Mas se não é o caso, vai lá!

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Em 2016, ano mais mencionado nas últimas horas, eu vou ter 35 pra 36 anos (faço 36 quase no fim do ano). Já vou ter passado a crise dos (quase) 30. O que será de mim? Da vida? De nós? Deste blog? Ai, o futuro.