domingo, 18 de março de 2012

O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem *

É engraçado como a nossa percepção do tempo e dos anos muda conforme vamos ficando mais velhos. Ou não, o que torna as coisas meio estranhas. Me explico com um exemplo: esta semana, aqui onde eu moro, estavam falando dos 20 anos de um atentado terrorista contra judeus (coisa light, né?). Aí vieram na minha cabeça umas imagens meio anos 70, sabe? Não do atentado em si, embora eu até lembre de ter visto na TV umas imagens, mas sei lá, na minha cabeça 20 anos atrás é anos 70. Só depois percebi que estavam falando de 1992, não dos anos 70. Há 20 anos era a década de 90. Mas parece que eu ainda tenho a percepção de "20 anos atrás" da época de pré-adolescente.

Eu tenho amizades da época do colégio. As mais antigas, feitas entre 91 e 93. Tenho amigos de antes ainda, embora não os veja há anos. Esses são meus amigos de sempre.  Mas tenho também amigos "novos", ou que me parecem novos. Mas esses surgiram na minha vida no primeiro ou segundo ano da faculdade, entre 99 e 2000. Ou seja, de novos não têm nada. E tem também os mais novos ainda, que quando eu paro pra pensar eu conheci há 8 anos, ou 3. E o que são 3 anos? Nada. Antes eram tudo, em três anos a gente crescia pra caramba, ou mudava completamente, ou ia do ginásio pro colegial. Agora, três anos atrás foi ontem.

O conceito de "velho" também muda. Quando eu tinha 11 anos, eu e minha amiga morríamos pelo irmão de um amigo. Ele era totalmente inacessível, já que estava no colegial e já era grande, quase um adulto pra gente. Ele tinha 15 anos. Hoje em dia a gente nem respeita quem tem 15 anos, né? 15 anos? Cala a boca, fedelho.

Aos 20, os de mais de 30 eram velhos. A mulher de mais de 30 já era coroa. Aos 30, coroa é o cacete, nem os de 40 são velhos mais, aliás tem muuuuita mulher de 30 de olho nos quarentões. Nem os de 50 ou 60 são velhos, afinal eles são os nossos pais e nossos pais não são velhos. Ou são? Pensando bem, papai já não tem aquela cabeleira de quando eu era pequena. Pensando bem, mamãe está um pouco mais enrugada. Mas não, velhos são os nossos avós, que sempre foram velhos. Não é? Não, na verdade. As coisas não são bem assim.

Não sei se me fiz entender com este post. Talvez tenha ficado meio confuso. Como o próprio tempo, aliás, que por mais que seja lineal, dentro da gente pode não fazer muito sentido.

* O título é parte de um trava-língua de um livro que tenho há algum tempo... bom, há muito tempo, eu o ganhei quando tinha uns 5 anos.

5 comentários:

  1. Ahahahahahahah adorei o post de hoje. è mesmo, né? quando eu era criança, achava que se não casasse até os 21 anos, não casariamais kkkkkkk. Estou com quase trinta e não casei ainda kkkkkkk, e ainda me acho muito nova mesmo. Anteontem fui a uma costureira com mamãe e ela perguntou se eu era a filha caçula. Aí mamãe respondeu que sim e que eu já tinha 28 anos kkkkkk. o bom foi que a costureira disse: nossa 28? nem parece, parece ter uns 20.... uhuhuhhuuuuuuuu. os 30 de agora são os nossos 20 melhorados, bem melhorados rsrssrsr.

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  2. "o tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem" ;)

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  3. Ana, é verdade, os 30 são os novos 20!
    Bárbara, é esse mesmo! Você tem esse livro? É um de capa amarelinha, diz "Ciça, O Livro dos Trava-Línguas" ou algo assim. Eu adorava, aliás adoro trava-línguas! Beijos

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  4. hahahaha eu sofro do mesmo problema de medida de tempo, amiga!!!:*:*:*

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  5. Olá Nadja. Encontrei o seu blog por accidente enquanto estava pesquisando as expressões "Deus te crie" e "Saúde". Sou estudante da lingua portuguesa e moro nos Estados Unidos, mas tenho 30 anos e eu posso me identificar muito com o que você escreveu. Me deu muitas risadas. Muito obrigada. Sou um fã. Se cuida.

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