terça-feira, 21 de agosto de 2012

Crianças e mulheres de (mais de) 30

Esses dias eu estava passeando com uma amigona quando vi uma menininha de uns dois anos toda bonitinha. Fiquei olhando, achando graça, sorrindo. E comentei com a minha amiga, timidamente:

"Você não acha que, sei lá, depois dos 30 parece que a gente passa a olhar as crianças de um jeito diferente? Parece que a gente curte mais, se emociona, não sei bem..."

Achei que teria uma resposta meio blasé. Minha amiga tem quase 32 como eu, é descolada, viajada, inteligente, culta  e solteira. Achei que ela não se ligava muito nisso de criança. Nunca tínhamos falado disso. Nenhuma de nós é mãe. Mas a resposta dela foi:

"Nossa, meu útero grita!"

Não sei se é o tal do relógio biológico ou se é de tanto ver gente ao redor tendo filho. Ou o fato de ter se tocado que a gente já é adulta o suficiente (talvez mais que suficiente) para fazer nossas próprias pessoas. Mas tenho observado que o tema "crianças" está presente de uma maneira totalmente diferente nas nossas vidas do que estava antes. "Nossas vidas" que eu digo são as de mulheres na faixa dos 30 que não têm filhos.

Sempre adorei crianças, mas agora é diferente. Eu me interesso, me emociono, fico imaginando como serão os meus filhos se os tiver, como quero educá-los, o que quero ensinar, o que quero que não façam como eu. Vejo programas sobre educação (hello, Supernanny!), leio alguns blogs, converso com mães com interesse verdadeiro e curto muito os filhos dos outros próximos a mim.

Aos 20 e poucos, não fazia isso.

O engraçado é que não pretendo ter filhos tão cedo. Nem sei direito o que vai ser da minha vida, que dirá da vida de uma pessoinha que seria 100% dependente de mim. No momento não tenho nem planta, pra não ter que cuidar de nenhum ser vivo. Filhos, quem sabe daqui uns cinco anos (e faz uns anos que digo "daqui uns cinco anos"). E se por alguma razão eu não tiver, bom, vai ser uma frustração, mas acho que vou poder superá-la, não vou ser infeliz por isso.

Não sei se diria que "meu útero grita", mas que esse assunto tem outra dimensão agora para mim, tem mesmo. E pra vocês?

7 comentários:

  1. Pra mim tb! Principalmente depois que meu sobrinho nasceu, ano passado. Eu sinto por ele um amor que nunca achei que sentiria por criança nenhuma. Eu sempre fui meio impaciente e ficava de saco bem cheio da falação, do choro, das repetições. Todo mundo fala que quando é seu, é diferente e eu nunca acreditei muito. Ele me fez acreditar :)
    bjos!!

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  2. Eu to chegando nos 30 (apenas 5 meses) e comecei nesses dias a perceber que estou como você. Pensando mais em como seria meus filhos, o que eu faria, etc. Sempre gostei de crianças, e adoro brincar com elas (sou daquelas "tias" que deitam e rolam no chão com a criançada). Mas acho que é porque muitas amigas se casaram e estão tendo bebes agora. Acho que rola uma pressão da sociedade tbm.

    Mas estou feliz assim, sem filhos. Minha vida anda tão doida que morreram todos meus peixinhos por falta de cuidado, imagina se eu tivesse filhos?

    E se eu não tiver filhos? Serei feliz do mesmo jeito pq gosto de fugir das regras da sociedade!

    Bjos

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  3. Como sabemos: a Natureza é sábia mesmo!!

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  4. Mais uma vez me identifiquei com o q tu escreveu!
    Eu nunca fui muito fã de criancas, mas sempre amei cachorros rs
    Só que ultimamente ando muito faceirinha com bebês: me encanto com fotos, vídeos e aqueles que encontro ao vivo...Acho que é o avanço da idade dando o alerta!

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  5. Já sou mae Nadja....e fui mae em um periodo que tbm nao esperava e nem pensava em ter filhos, nao tinha muita paciencia, eu estou nos quase 30, o instinto fala alto....a gente ja fica meio babaca qdo se é mae, mas ate os filhos dos outros eu ja me emociono, coisa que so me fazia chorar as graças de minha pequena.....Amadurecimento, desejo dese sentir completa, pense nisso!!!!!

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  6. Oi, Nadja. Primeira vez aqui no seu blog e me deparo logo com esse post... rs Ontem eu estava pensando justamente sobre isso. Eu pensava em filhos como uma possibilidade remota.Olhava as crianças e só achava que eram bonitinhas, fofinhas. Hoje elas me encantam! Sim, o olhar hoje é de encantamento, de pensar como seria minha vida com uma criaturinha dessas...Sim, meu corpo, meu espírito querem que eu seja mãe...rs Só tá um pouquinho difícil agora...Quem sabe daqui a uns 5 anos, né?rs Adorei seu blog. Beijos

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  7. Já completei 37 e meu útero não gritou, embora tenha optado por ter filho, digo que aos 45min do segundo tempo, porque sabia que não gostaria de ser mãe aos 40. E vou contar:
    Não é mole não... todo tanto que se pensar é ainda mais difícil e para mim muito ambíguo porque é um misto de prazer e dor sem fim... (meu fihote hoje esta com 3 anos). Fui mãe aos 34 anos completíssimos!
    Pense bem, pense novamente porque é uma decisão para sempre e isto é bem assutador. A parte legal, aquilo que se vê por aí também existe, mas ninguém fala com todas as letra que é mega, ultra, blaster difícil em todos os sentidos.

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Desembucha!