terça-feira, 30 de abril de 2013

A uva e a superação

Acabei de comer uma uva. "Nossa, Nadja, parabéns, isso é de suma relevância para nossas vidas". É, mas para mim "comer uma uva" é muito mais do que apenas comer uma uva. Eu não como frutas. Bom, só tomate, que dizem que é fruta mas sei lá. Amo tomate, aliás.

A vida inteira eu me conformei com o fato de simplesmente não gostar de frutas. Nenhuma. Nem meia.  Nem maçã, nem laranja. Banana então, eu tenho ojeriza. Mas aí fui vendo que não é simplesmente "não gostar". É praticamente uma fobia. Não gosto nem de sentir o cheiro.

Não, a culpa não é dos meus pais, ambos comedores ativos de muitas frutas. Eles sempre me incentivaram, me ofereceram, brigaram comigo por isso. Aliás, todo mundo na família adora fruta, menos eu. O que talvez explique essa minha característica meio bizarra é ter passado mal e vomitado depois de comer uma salada de frutas na escolinha quando eu tinha uns 4 anos. Acho que fiquei traumatizada, sei lá. Lembro vagamente.

Mas os 30+ são uma boa fase para superar esse tipo de coisa. Nossos medos, nossas fobias, as coisas dentro de nós com as quais sempre lutamos. Eu preciso superar isso, porque conscientemente eu sei que fruta faz bem, que é nutritivo, que é parte de uma alimentação saudável, que se um dia eu engravidar vai ser importante contar com esses nutrientes. Mas em algum lugar na minha cabeça não é natural para mim comer fruta.

Então estou indo aos poucos, beeeeeeem aos poucos. Há muitos meses foi um pouquinho de maçã, com o namorado. Há menos meses, um pouquinho de morango com a mamãe - e achei surpreendente que morando tem gosto de morango, gosto esse que eu conhecia de iogurtes e balinhas. Hoje foi a uva, com o papai.

Mas não pensem que eu peguei a uva e comi e pronto. Enquanto meu pai comia, eu peguei uma. Fiquei meia hora com a uvinha na mão, querendo pôr na boca mas simplesmente não conseguia. E pensava que era ridículo, era só uma uva, não era jiló, não era cocô de cachorro, não era uma barata. Era uma uva. Pessoas comem uvas. Meu Deus, é só uma uva. Mas eu não conseguia. Ridículo.

Papai fez um drama, disse que se sentia culpado, que cacete, que absurdo, que comer não é um suplício, que nossa senhora. 

Aí decidi enfiar na boca e pronto. Não rolou. E de novo. Não rolou. Até que enfiei na boca e mastiguei.

Morri? Não, como podem perceber. Tive um reflexo de quase vomitar, o que foi muito louco porque não estava achando o gosto ruim. Engoli, cuspi o caroço e fiz cara feia. Mas comi uma uva.

Então vamos lá, no caminho para superar essa espécie de fobia. Se alguém tiver alguma dica, pode compartilhar. Só não me peçam para comer banana, essa não rola!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Coisas que não se pode fazer em paz depois dos 30

Esses dias eu passei meio mal. Comi demais, me empolguei e meu estômago não gostou muito da história. Mas foi só eu comentar que não estava me sentindo bem que começaram as especulações. Então pensei que há coisas que não podemos mais fazer em paz depois dos 30 que ou já tem alguém pra encher o saco ou a gente fica com grilo na cabeça - ainda se diz "grilo" ou falar isso denuncia a minha idade? Mas vamos a algumas dessas coisas:

- Passar mal: foi o que aconteceu comigo. Foi eu falar "ai, tô passando meio mal" que já começaram a dizer "iiihhhh, tá grávida?" Há milhares de razões para passar mal, mas nos 30+ neguinho já acha que é gravidez. Pior que, se não é sua intenção engravidar, você fica preocupada, recapitulando suas últimas bimbadas relações, pensando onde pode ter havido um deslize, uma falha dos métodos anticoncepcionais, e aí fica pensando como ia fazer pra contar pro povo, pro pai (pro seu e pro da criança), pra botar nome, pra educar, pra pagar a faculdade da criatura. E se não houve bimbada relações nos últimos tempos, você solta o clássico "só se for de Jesus Cristo!". Por isso, meninas, se não querem ninguém especulando sobre uma possível gravidez, aguentem firme ou vomitem bem discretamente, sem ninguém saber.

- Não ter namorado: quando você tem 20 e tantos, as tia ainda fala "nossa, não tem? Ai, mas você é nova, tem mais é que aproveitar". E você aproveita mesmo, como por exemplo ficando no Facebook num sábado à noite vendo os perfis dos pretendentes - das suas amigas, porque você não tem nenhum. É realmente uma festa a sua vida de solteira, mas tudo bem. Você tem tempo. Mas aos 30 e poucos, as tia já mudam o discurso: "tá solteira, ainda? Nossa, o que acontece? Tão bonita..." . Tem que ter alguma coisa errada com você, aos olhos do povo. Você não pode ser solteira por opção, ou solteira por opção dos homens mesmo mas ainda assim estar bem e feliz. Haja paciência!

- Tomar sol: é nos 30 que todo aquele sol que você tomou por dias inteiros toda melada de Cenoura & Bronze começa a mostrar seus efeitos malignos. Aí que você começa a pensar mais, ter mais medo de manchas e rugas e a ter mais cuidado, se é que não teve antes - eu, por exemplo, sempre me cuidei muito do sol porque minha branquelice eslava não permite que eu folgue no calor dos trópicos. Com a consciência de que estamos envelhecendo amadurecendo, vem um cuidado maior com a pele. Em alguns casos, quase beirando a paranoia - haja Natura Chronos!

E vocês, o que acham que não podem mais fazer em paz depois dos 30?

sábado, 20 de abril de 2013

Tô aqui

Na verdade juntou o começo de vida nova com um certo desânimo com o blog. Mas aí li agora um comentário tão bonitinho (obrigada, Ana Emilia) no qual uma leitora diz que eu causo exatamente o que quero causar nos leitores com o blog, então eu resolvi voltar e quem sabe dar umas melhoradas no blog, investir mais tempo nele, sei lá. A questão é ter esse tempo.

Ainda não estou tooootalmente instalada, tem um monte de coisa na mala e isso faz eu me sentir meio que não "morando" ainda. Além disso, voltei a morar com a minha mãe e estou maravilhosamente confortável mas sei lá, ainda não tô muito acostumada. Fico de roupa pra lá e pra cá, parece novela que nego fica de roupa de sair em casa. Não saio sozinha de carro ainda já que a cidade é nova, só saio pra ir pra São Paulo. Questão de tempo tudo isso, claro.

Já arrumei um trabalhinho bacana e que eu posso fazer de casa (ou de onde for), só que ele toma bastante tempo - e mais ainda se contarmos que neste caso tempo é dinheiro, já que quanto mais eu fizer em menos tempo, mas reais eu ganho no fim do mês. E tô precisando de reais.

Mas vamos ver se finalmente consigo levar o blog aonde eu gostaria que ele fosse. Me acompanham?

 :-)