Pensei nisso porque uma amiga postou no Facebook um texto escrito por um amigo dela (ou imagino que seja amigo dela) que diz o seguinte:
"Tem gente que fica esperando um super meteoro, uma onda gigante, um dilúvio de chuva ácida. Mas o fim do mundo já esta aí nas nossas caras faz tempo. Na filha que assassina os pais, no pai que joga a filha da janela, no deliquente que mata por amor. O fim do mundo tá na velhice abandonada em corredores de hospitais, na merenda que apodrece nos galpões, na falta de saneamento básico. O fim do mundo tá ali onde não chega a eletricidade, onde a água é salubre, onde o voto é trocado por sapatos. O fim do mundo tá no gatilho do bandido, tá em cada muro que a gente ergue e em cada cadeado que a gente tranca. Quisera eu que o fim do mundo fosse instantâneo como a colisão do meteoro, ou viesse de vez na crista da onda gigante. Melhor morrer de vez do que morrer aos poucos."
Tudo o que ele diz realmente é péssimo. Mas olha, eu acho que o mundo já foi pior. Ou tão ruim quanto está agora. Vejamos.
O que já teve de guerras, invasões que arrasaram cidades inteiras, catástrofes naturais, epidemias que mataram populações quase inteiras, roubalheiras, filho que mata pai e vice-versa (inclusive em guerra pelo poder), etc etc etc, desde que o mundo é mundo, e no mundo inteiro? Já prestaram atenção na História? Sabem como se vivia antes?
Em algumas viagens que fiz tive a oportunidade de conhecer ruínas e lugares históricos. Tudo o que vi e aprendi neles me fez chegar à seguinte conclusão: a humanidade mudou muito pouco. Sempre teve rolo com religião, com poder, com paixões, com a busca pela beleza, pelo dinheiro, preconceitos, com tudo que vivemos agora. sempre teve violência de uma forma ou de outra. Claro, algumas questões são mais atuais, mas essencialmente são muito parecidas com as de sempre.
Além disso, antes as condições de vida pra todo mundo eram bem piores. Exemplinho pequeno: fui num cemitério na Escócia (tava lá, parecia de filme de terror, entramos) e fiquei impressionada de ver, em muitos túmulos, algo tipo assim: túmulo do século 18 ou 19. O pai, a mãe, ambos mortos relativamente jovens, e uma penca de filhos mortos bebês ou novinhos. Eram MUITOS. Negada morria que nem mosca!! Não existia saneamento básico, nem muito remédio nem nada. O povo pegava qualquer coisa e pá, morria. Nossa, lembrei também das pilhas e pilhas de ossos numa catedral de Viena, pertencentes às vítimas da epidemia de peste que houve lá, acho que no século 16, não tenho certeza. E indo pra antes, em Roma, que nego tava lá aí chegava um monte de bárbaro e acabava com tudo? E os nego se matando entre eles mesmos lá?
Uma vez li uma crônica, acho que do Machado de Assis. Ele falava do mundo dele, do mundo daquela época, INGUAL a gente fala agora. Mas igualzinho mesmo. E olha só, tamo aqui até agora. Alguns estão melhor que outros, infelizmente, mas tamo aqui.
Poderia escrever até páginas sobre as coisas que vi e aprendi nesses lugares e essas minhas impressões, mas vou ficar por aqui porque né? Não precisa.
Eu acho até que o mundo tá melhorando. A gente tá tomando consciência do que não fazer, tá aprendendo, e mesmo que seja muito aos pouquinhos, mesmo que nos ferremos por coisas que a humanidade sempre fez e não deveria ter feito, mesmo que ainda haja tudo o que o moço falou e muito mais, eu acho que a tendência, a looooongo prazo, é melhorar. Poxa, até que o post terminou otimista, hein?
Oi Nadja, olha eu aqui de novo, rs!
ResponderExcluirO post me fez lembrar de um professor de história na faculdade que dizia: tá achando o mundo muito violento hoje em dia? Experimenta voltar para a idade média onde era só cortar a cabeça do vizinho para resolver a questão de onde acaba o que é de cada um... Ele dizia que não foram os números que aumentaram, mas as nossas possibilidades de contar as vítimas e a nossa percepção da violência. O que, no fim, pode ser uma coisa boa né? Porque, como você diz no fim do post, a mudança na percepção nos ajuda a pensar no que não fazer!
Lembrei também de um quadrinho da turma da Mônica no qual um velhinho representando o século XX reclamava que só tinha tido coisa ruim (guerras, desmatamento...) no "reinando" dele e que alguém dizia que sim, tinha tudo isso, mas também tinha o desenvolvimento da ciência e a cura de várias doenças, o controle de epidemias, a consciência ecológica... Resumindo: muito de ruim e muito de bom (até como resultado do muito de ruim às vezes). :-)
Bom, não acho que o mundo vá acabar amanhã, mas como acabei de comentar no facebook, se for para acabar que acabe em água, porque aqui tá louco de quente e eu queria uma piscina!
Abs!
Anita
Anita, concordo plenamente com o seu professor!! O mundo não é bolinho, mas nunca foi e nunca será (ou será, esperemos, né?. Tortura era um meio legítimo de conseguir as coisas, as pessoas se matavam entre si por nada e morriam de coisas que hoje curamos com comprimidos... Mondo cane!! Beijos
ResponderExcluirNadja, eu acho exatamente o mesmo que voce. O mundo ta cheio de coisas horríveis, sempre teve e sempre tera! Eu nao vejo la muita mudança, não. A gente vive mais e dai tem mais tempo pra fazer merda e tentar concertar a merda, mas eh aquilo povo jurava que nao ter outra grande guerra mundial, dai veio Hitler e pá, na cara da sociedade. E hoje povo adora falar que isso jamais vai acontecer de novo, que a gente aprendeu, mas dai vemos guerra do Golfo, Vietnã, Darfur.
ResponderExcluirE povo preocupado com calendário Maia.
O Espiritismo diz isso. A Terra ainda vai ser um mundo de sofrimentos por muito tempo, mas tende a melhorar cada vez mais e um dia não será mais ruim. E sim, estamos melhor do que antes, o mundo já foi bem pior. A evolução é lenta mas constante.
ResponderExcluirConcordo com vc, Nadja! Ainda temos muito o que melhorar, mas acho que já melhoramos bastante (isso é evolução, certo? :)).
ResponderExcluirUm Feliz Natal pra vc e um 2013 maravilhoso!!! Quem sabe com outra viagem pra London pra nos vermos de novo??? :))
beijos!