segunda-feira, 4 de março de 2013

As viagens de Nadja VII - Perdida no Bosque

Por questões profissionais, minha mãe morou uns anos na Suíça. Aí eu tinha que passar pelo sofrimento de ir visitá-la todos os anos. País feio, tudo quebrado, mal-cuidado, ferrado, paisagens horríveis, perigoso, um horror.




Em uma dessas visitas eu tive a brilhante ideia de ir dar "só uma voltinha" no bosque que ficava atrás da casa dela para tirar umas fotos da paisagem invernal. Era só por uns poucos minutos porque logo depois íamos sair. Aí eu fui sozinha, sem celular, sem lenço e sem documento, só com a máquina fotográfica e enfurnada em umas 17 camadas de roupa. "Eu vou rapidinho e já volto".

Fui andando toda maravilhada, tirando mil fotos e gravando vídeos, brincando com a neve - porque brasileiro quando vê neve é aquela coisa mágica e jacu, a gente fica meio abobado mesmo, não adianta. Tava me sentindo em Nárnia:

Isso é a Nárnia do filme

Isso é o bosque. Não é iNgual?






Quando achei que já era hora de voltar, virei e fui andando na direção de onde vim. Legal. Até que apareceu uma bifurcação. E agora, José?

Escolhi uma direção e fui. E era tudo branquinho e congelado e neve e só. E eu não chegava. Aí vi umas escadinhas e resolvi subir para ver tudo de cima e me localizar. Não deu certo. Algumas casinhas, mas nenhum sinal de vida nelas.

Sim, eu estava perdida. Bem perdida. Aí eu andei, andei, andei, não sei nem por quanto tempo. Nada de placas, nada de chegar, só neve e casinhas sem sinal de vida ativa naquele momento.


Até que vi um senhorzinho entrando em uma casa. Fui lá e contei a ele, em um misto de inglês e alemão, que estava perdida. Até choraminguei um pouco pelo desesperinho da situação. Ele me fez entrar na casa, gritou algo para a mulher, pegou a chave do carro e disse "eu te levo" - pelo menos o endereço da minha mãe eu sabia de cor. Fui batendo o maior papo com o senhor, que tinha ido pro Brasil em mil-novecentos-e-aracy-de-almeida e me contou suas aventuras lá. Ele também me disse que realmente eu tinha andado demais e já estava até no município ao lado. Esse é o Hans, meu salvador:


Quando cheguei, minha mãe e o marido tinham saído para me procurar e não estavam. Encontrei um vizinho da minha mãe e contei a situação a ele, agora não lembro se para pedir o celular emprestado ou o quê. Mas logo eles chegaram e não se conformaram com como eu pude me perder por lá ("Achei que você tinha caído, quebrado uma perna e não conseguia voltar! Você é boba??")

Fique tão traumatizada com a história que tive que me consolar aqui:


(mentira, não fiquei traumatizada, mas fala pra mim se a loja da fábrica da Lindt não é um pedaço do paraíso na Terra??)

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