terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Panetone

Hoje vi uma frase que achei bem verdadeira. Dizia que, nesta época do ano, quem está feliz fica mais feliz e quem está triste, mais triste. E não é mesmo?

É uma época cheia de energias fortes, tanto boas como não tão boas. Acho que a gente se assusta (o famoso "nossa, já é dezembro!") porque é quando o ano está acabando que a gente se dá conta de que o tempo - e a vida - passam rápido. Um amigo disse que "nesta época do ano passado ainda era setembro" (adorei!), mas provavelmente no ano passado ele estava com a mesma sensação, e no anterior também.

É o período em que a gente talvez perceba que não, não arrumamos um namorado, não emagrecemos, não começamos com a ginástica, não mudamos de emprego como tínhamos planejado no começo do ano. Ou não, pode ser que você tenha cumprido alguma das metas, ou todas na melhor das hipóteses. Seja como for, é perto do Natal e até o começo do ano novo que a gente para pra pensar, coisa que no dia-a-dia acabamos deixando meio de lado. Não deveríamos, né? Poderíamos fazer mais isso, ir fazendo pequenos balanços, do que ficar angustiado agora. Não é uma boa?

Não tenhamos medo do ano-novo. Tenhamos esperança, claro, não só porque vai ser 2010 e não 2009, mas porque essa esperança a gente tem que ter sempre. Essa medição do tempo serve só pra gente não se perder na vida, pra organizar um pouco o caos.

E com essas singelas reflexões (coisa mais de rádio do interior) num post fraquinho por causa do sono, eu me despido, já que amanhã estou indo de férias (FÉÉÉÉRIIIIIASSSSSS) e só volto dia 10 de janeiro.

Feliz Natal e um 2010 maravilhoso pra todos nós!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Escrava Isaura

Hoje trabalhei 12 horas, amanhã provavelmente trabalharei 17. Trabalhei 12 horas no domingo, trabalhei e tive prova na segunda.

Um júbilo realmente.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Eu, eu mesmo e meu umbigo

Sabem o que eu tenho reparado? Que muitos posts deste blog poderiam começar com "Sabem o que eu tenho reparado". Né? Mas não era disso que eu ia falar. Tenho reparado que as pessoas andam muito umbiguentas. Não sei se é a idade, a sociedade ou o quê. Não estou falando do sucesso a qualquer preço, do egoísmo ou da vontade de aparecer, mas do simples fato de que algumas (muitas) pessoas só falam delas mesmas. Conhecem gente assim? Conheço várias.

Acho que o fenômeno se dá principalmente em mulheres que moram sozinhas e não têm um macho pra chamar de seu - sem querer falar mal do time ao qual pertenci por ta(aaaa)nto tempo, e vai saber se não vou voltar um dia. Não são todas, mas parece que elas ficam tão centradas na sua vidinha, no seu mundinho, nos seus objetivos, nos seus sucessos e fracassos, que todo o resto não interessa muito. Falam da terapia, do seu passado, do presente, ás vezes de outras pessoas (só pra falar mal, claro). Da sua família, dos seus casos, das suas atividades. Só conversam pra remoer seus sentimentos, botar pra fora o que tá dentro da cabecinha ou do coração, sem receber nada em troca.

Em conversas com um grupo formado por gente assim, parece que cada um vomita as suas histórias, sejam elas positivas ou negativas, e não importa muito o feedback do interlocutor. Logo a pessoa já emenda um comentário ou alguma outra história, ou vem outro e começa a contar suas próprias misérias ou êxitos, num blá-blá-blá em que o legal não é o intercâmbio, mas sim fazer que o mundo saiba mais sobre as suas grandiosas experiências, sejam elas cursos no exterior ou pés-na-bunda piores do que qualquer um que você já tenha tomado.

Sim, porque essa gente sempre tem histórias melhores que a sua. Por exemplo, você chega e fala "hoje comprei uma blusa branca". O umbiguento logo diz "e eu, que comprei uma branca, uma amarela e uma azul, aliás caríssimas?". Ou você conta que quebrou o braço, e o umbiguento: "e eu, que uma vez quebrei o braço, as duas pernas, o quadril e tive um leve traumatismo craniano?" . Acho que a intenção inconsciente do umbiguento - que no fundo é um grande inseguro - é mostrar a sua suposta superioridade.

O umbiguento nunca comenta nada sobre o que você diz. Nunca um ponto de vista, um conselho, um comentário, uma pergunta. É sempre um "e eu, que..." Não importa muito se ele está falando com você, com o padeiro ou com uma samambaia. "E eu, que..."

Óbvio que a gente sempre vê as coisas pela nossa ótica. Óbvio que todo mundo tem histórias pra contar, e é gostoso compartilhá-las com quem merece. Óbvio que se eu digo algo, talvez você se lembre de algo parecido que aconteceu com você. Mas as pessoas deviam prestar um pouco mais de atenção tanto no que dizem como no que os outros dizem, e pensar um pouco se não valeria a pena fazer um passeio em mundinhos que não sejam o próprio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pais dos pais

Dizem que a vida é um ciclo, do pó viemos e ao pó voltaremos, etc etc. E se a gente for pensar, é isso mesmo. Uma coisa curiosa que eu venho observando nestes meus quase 30 é que, em algum momento não definido mas mais ou menos com essa idade, a gente meio que começa a ser pais dos nossos pais.

A gente se preocupa se eles não ligam, se pega falando pra eles coisas como "boa viagem, dirige com cuidado". Dá conselhos. Ou cuida deles quando precisa, tipo um pós-operatório. Conta as gracinhas deles pros amigos, que nem mãe com bebê - e que nem eles provavelmente faziam quando éramos pequenos. Antes eram eles falando tipo "minha filha outro dia leu "Rio de Janeiro" na camiseta da tia, nem 4 anos e já tá aprendendo a ler!", agora somos nós contando as façanhas tipo "mamãe foi promovida" ou as estripulias como "ai, gente, e papai outro dia que contou que foi xavecar uma morena no supermercado..."

A tendência é que isso se acentue conforme os nossos pais vão ficando mais velhos. Vejo pela minha avó, que aos 80 anos mais é cuidada do que cuida, embora esteja relativamente muito bem (e com uma pele incrível!). Na verdade, acho que na nossa idade a gente tá meio de igual pra igual com nossos pais. Por mais que eles continuem cuidando da gente de alguma maneira, seja com apoio moral, colo ou aquela ajudinha monetária quando precisa, a gente já fala de temas mais "adultos", já compartilha um monte de coisas que antes nem tinha como porque não faziam parte do nosso universo de criança/ adolescente, ou se faziam era com outro ponto de vista. Trabalho, amor, relações em geral, por exemplo. Mas a inversão de papéis já começou, ainda que lentamente.

Louco... Mas é uma das belezas da vida, né?