Tudo o que ela precisava naquele dia era sair com as amigas. Ela já se sentia um pouco melhor, era hora de voltar a fazer outra coisa além de casa-trabalho. Já havia passado mais de um mês desde que o noivo, ou melhor, o ex-noivo, tinha terminado tudo porque tinha "conhecido uma pessoa". Ainda doía, ela ainda tentava entender, mas sentia que precisava se distrair, conversar, ver gente, dar risada.
Encontrou as três em um bar depois do trabalho. Tinha até se maquiado um pouco, afinal ela estava de volta ao mercado e não podia sair em público com cara de quem chorou em todos os últimos 47 dias.
Gritinhos, abraços, queridas, como você tá? Depois de dizer que estava melhorando, que foi feio mas que ela ia sobreviver e que agora ela ia pra guerra e ninguém ia segurá-la, perguntou "e vocês, o que contam?"
A primeira contou que tinha comprado um apartamento com o namorado. Novinho, fofo, bem localizado - adjetivos que serviam tanto para o apartamento quanto para o namorado.
Gritinhos, abraços.
A segunda, que sempre sofria na mão de homens que não queriam nada com ela, fez um mistériozinho antes de gritar, com um sorriso: "tô namorando!"
Mais gritinhos, mais abraços.
E a terceira, que estava mais gordinha: "é, acho que vocês repararam que eu engordei... mas não ando abusando do brigadeiro, não. É que eu tô grávida!!".
Ainda mais gritinhos, ainda mais abraços, até algumas lágrimas.
No carro, indo pra casa, ela olhava os próprios olhos no retrovisor. Nossa, que bom, né? Noite gostosa. Elas estão todas bem, tão felizes. Eu tô na merda e elas felizes. A vida é assim mesmo, né? Tô feliz por elas. Tô mesmo, de verdade. Elas merecem. Fico feliz quando elas estão felizes. Juro. Que ótimo.
O que ela não conseguia explicar pra si mesma era o aperto no coração. E o choro generoso depois que chegou em casa e se jogou na cama.
Pois é, José... Realmente não é fácil.
ResponderExcluirTá brincando? Pensei que só tivesse acontecido comigo.(haha)
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