quarta-feira, 11 de abril de 2012

Leitoras de (quase) 30 - Nadja responde 3

E aqui estou eu dando pitaco na vida dos outros novamente na seção de maior sucesso do blog, "Nadja responde". (mentira que é "maior sucesso", essa é só a terceira vez que a escrevo, sendo que a segunda foi em maio do ano passado. Mas tem que fazer a coisa parecer importante, tipo o que o povo faz no Linkedin quando fala dos seus empregos). 


O que aflige a leitora anônima é o seguinte:


"Aos 27 anos decidi largar meu emprego, no qual estava infeliz e adoecendo, para recomeçar minha vida profissional do zero. Estou fazendo minha segunda graduação e encontrei minha verdadeira vocação, mas continuo desempregada. Estou tentando arrumar um estágio, mas parece que meu currículo é muito bom para essa "simples" vaga. Hoje sou completamente dependente financeiramente de meus pais e, muitas vezes, me sinto como a mosquinha da bosta do cavalo do bandido. Sei que tenho muito a agradecer, pois meus pais e namorado me apóiam, mas é difícil, complicado e dolorido ter que pedir dinheiro aos meus pais a esta altura da vida, afinal, em maio completarei 29 anos. Em meio a isso tudo repenso em todas as minhas escolhas, não só profissionais mas pessoais também. Gostaria que escrevesse um post sobre moças como eu, que estão felizes por ter a oportunidade de recomeçar mas que em certos dias se sentem mal por estar próxima aos 30 e ainda serem dependentes financeiramente."


Olha, leitora, realmente a sua situação não é a ideal. Mas a que você estava antes era ideal, por acaso? Estar em um emprego que te faz mal? Pelamordedeus. Passei por isso há pouco tempo e não desejo nem pra gente que eu não gosto. 


Você teve a coragem de ir atrás do que realmente quer, coisa que nem todo mundo consegue fazer. Você é pelo menos corajosa, então por que se sente a mosquinha do cocô do cavalo do bandido?? Autoestima, minha filha! Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! Escreva "eu sou foda" no espelho do banheiro!


Só que gente quer que tudo seja fácil e macio nessa vida e não é bem assim, né? Então agora você está tendo de lidar com as consequências imediatas dessa sua escolha, que são ter dificuldade em arrumar um trabalho e depender financeiramente dos pais. Bacana? Não. Mas é assim e a única coisa que você pode fazer agora é continuar procurando um trabalho pra tentar sair dessa situação assim que possível.


Acho que você tem que ter paciência e persistência. Além disso, poderia tentar ver outros caminhos. Não sei qual é a sua área, mas será que não dá mesmo pra entrar em um nível superior ao de estagiário? Nem que seja um nivelzinho acima, um "estagiário plus"? E será que você está procurando direito? Entrando em contato com amigos, conhecidos, conhecidos dos conhecidos, etc? Isso também ajuda, além de internet, classificados, Linkedin, etc etc. Se já estiver fazendo tudo isso e muito mais, um dia aparece algo, viu? De novo: paciência.


Ainda bem que você tem o apoio dos seus pais e do seu namorado. Que bênção, hein?? Quantas pessoas não gostariam de ter feito o que você fez mas não puderam porque não tinham como ficar sem o salarinho e estão lá sofrendo num emprego bosta? Você teve como sair dessa, apesar de não estar na situação ideal depois disso. Que ótimo! E que bom que você sabe que tem que agradecer por isso. 


Pode ter certeza de que um dia seus pais vão precisar da sua ajuda em algum sentido, aí você vai lembrar de todo esse apoio deles e retribuir, se for uma boa pessoa (e acho que é, afinal lê meu blog hihihi) 


Querida, muita calma nessa hora. Olhe a situação com aquela ótica de "copo meio cheio" porque pelo menos no trabalho de merda você não está mais. Acredite no seu potencial, na sua inteligência e no seu discernimento para escolher o que é melhor pra você. Seja otimista e continue lutando pelo que você quer. Boa sorte!

4 comentários:

  1. Eu adddoooorrrroooo ler seus posts...

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  2. A leitora que mandou a pergunta é muito corajosa, e a situação dela não é descaramento, é apenas circunstancial - mudança de carreira. Não tem nada do que se envergonhar. Teria se ela estivesse sendo sustentada pelos pais apenas por comodismo, como vemos tanto por aí. Mas esse pessoal geralmente não sente vergonha disso.

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  3. Ziula, obrigada! Anônimo, você tem razao! Beijos

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  4. Eu fiz isso e deu tudo certo. Só comecei a trabalhar (sem ser estágio com 28 anos) e estou ótima agora, 9 anos depois. Pior era ter ficado parada esperando sei lá o quê. Alguns colegas da 1ª graduação continuaram na mesma carreira, alguns por falta de disposição de mudar, outros por não querer perder dinheiro e hoje estão bem pior do que eu que comecei do zero.

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Desembucha!