terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desafio "Um ano sem comprar roupa" - um pequeno deslize?

Aqui onde eu moro o Dia dos Namorados é na próxima segunda, dia 14, e se chama "Día de San Valentín", uma sulamericanização do Valentine`s Day.

Como não tô podendo comprar roupa por causa do meu auto-imposto desafio, pedi ao meu respectivo uma roupitcha de presente, afinal eu não sou boba nem nada e, como já disse, presente não tem problema. (Eu que fiz o desafio, eu imponho as regras, dá licença?)

Acontece que meu querido não é lá muito craque em escolher roupas, menos ainda para mulheres e menos menos ainda para uma mulher fresca e com um corpinho difícil de vestir como eu. Esta atividade tampouco consta entre as favoritas do grandalhão. Ele prefere ver documentários da National Geographic, jogar no computador (aguardem meu post "os nerds são os melhores"), jogar vôlei e cafunés em tardes chuvosas. Se bobear acho que ele prefere morrer a perder uma tarde escolhendo roupas femininas nessas lojas cheias de frufrus que a gente adora.

Então eu, do alto da minha infinita bondade, me dispus a poupá-lo deste apuro e fazer o sacrifício de acompanhá-lo ao shopping mais próximo para escolher um presentinho para mim. Não sou um amor?

Combinamos um preço máximo para o presente, não sem antes deixar o romantismo em casa. Então me pus a experimentar roupas que coubessem em mim e no orçamento. Calças, saias. Entrava e saia de lojas, ele começava a se irritar - como as mulheres são difíceis! - mas não adiantava. Eu não encontrava nada de que eu gostasse.

Vi uma calça que custava quase 70% mais do que o valor estipulado. Eu já vinha namorando ela antes e ela estava em liquidação, mas ainda assim não era nenhuma pechincha. Surgiu o dilema: compramos e eu pago estes 70% que faltariam? Mas isso não seria praticamente comprar a calça? E se eu jogasse esse valor no cartão de crédito da minha mãe? Não, seria errado usar os serviços do Banco Mamãe pra isso e eu estaria enganando a mim mesma, tipo "ah, não comprei, do meu bolso não saiu nada". Melhor não.

A essa altura ele já tinha desistido. Irritado, me deu o valor em dinheiro e disse "vamos embora, depois você compra o que você quiser". Me deu o dinheiro, cash, que nem avó no Natal, sabem? De um romantismo ímpar. Mas eu não estava disposta a sair de lá sem meu presentinho.

Um pouco antes de irmos embora, no caminho pra saída, entrei na loja da calça. Ele suspirou. Tinha acabado a do meu número e a maior que eles tinham não passou pelas minhas coxas. Então vi uma sainha muito da bonitinha na manequim. Pedi, experimentei e oba! Ficou uma belezinha! Mas custava 27% mais que o combinado. Não era tanto dinheiro, ele já estava por aqui comigo, eu também já queria ir embora, adorei a saia, então quer saber? Compramos. Usei o dinheiro que ele me deu e completei o pouco que faltava.

Aí veio a crise de consciência: comprei a saia? Isso foi burlar as regras do desafio? E como eu mesma fiz o desafio, eu mesma digo que não: foi um presente do meu respectivo, eu apenas dei um leve empurrãozinho para que ele fosse meu. Nao saí de casa "apenas pra dar uma passeada" e voltei com uma roupa como costumava fazer antes, que é justamente o que estou querendo evitar. Foi um presente. Então continuo contando: já são quase 4 meses sem comprar roupa. Vamos que podemos!

4 comentários:

  1. Aie, esse desafio é uma das coisas mais difíceis do mundo!!! Parabéns por estar indo bem - e completar o valor é "quase" burlar as regras, né? Hehe
    Lila Czar
    seviracom30.blogspot.com

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  2. Nossa, tive boas crises de risos ao ler seu post. Vc descreveu oq realmente nós mulheres com corpo diferenciado sentimos ao ir as temidas compras com os respectivos...kkkk
    Sua definição da síndrome de Suzana Vieira não podia ter sido tão explicativa, descobri a doença de mtas pessoas que conheço! Obrigada!

    Estou te seguindo e te recomendando para quem gosta de uma boa leitura da visão feminina do mundo cruel!kkkkkkkkkkkkkk

    Bjus

    LIAA

    http://liaamakeup.blogspot.com/

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  3. Mais uma coisinha.......vc não comprou....foi um presente!kkkkkkkkkkkkk
    bjus

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  4. Hehe, é super engraçado pra mim ler/ouvir a mulherada comentar esse assunto... pq eu meio que me sinto um ET! Eu devo ser a única mulher no mundo capaz entrar no shopping com a desculpa de ir ao cinema e DE FATO apenas ir até o cinema e voltar!! Talvez eu tenha esse hábito porque meus primeiros companheiros de cinema eram meus três irmãos (todos homens e mais velhos), depois vieram os namoradinhos, e mesmo quando ia com as amigas sempre tinha algum menino junto. Mas quando eu falo isso ninguém acredita... rs

    bjs!!

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